segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sobre a chuva


Qual a semelhança entre o Recife e Atlântida?
Pelo futuro presente, duas cidades submersas

Por que é tão ifícil quando, enfim, a água surge ?
Veja! um passarinho a pular em suas asinhas molhadas
Com suas perninhas fininhas quer livrar-se do lixo nas calçadas
Carros e motos espirrando lama nessa gente, nas paradas
Homens, mulheres e crianças ao arrastar pés calçados e nus
pelas avenidas e ruas mergulhadas na água misturada ao esgoto
Nada nadinha disso seria assim num necessário num dia de leitura

Frágil ave que insiste nesse hino solitário
Pobre canto abafado por água de todos os lados
Não fosse esse hoje teu mundo de um Recife imundo
Serias um ser mitológico, gracioso e eterno, um Netuno!
Por que somente voa, por que não flutua nas águas claras ou escuras?

Que semelhança esse pássaro guarda, em sua miséria aguda
do peixe fosforescente habitante de vasto Universo marinho?

Nenhuma. Há sim toda diferença do mundo. Não há é qualquer semelhança. Nenhuma.

Nenhum comentário: